giovedì 19 aprile 2018

"Itália dos meus sonhos" - Report final da experiência de intercâmbio de Allicia Silva Cabral, Pedagogia, DCH III - UNEB.


“Itália dos meus sonhos” é assim que denomino a incrível viagem de intercâmbio à Itália. Foram 140 dias de novidade.
Welcome days, Universidade de Padova, Itália.
Todas as experiências vividas até o momento, repletas de sentimentos inenarráveis por vezes, como o contato com a cultura local na Universidade de Padova, o conhecer europeus de diversos países no CLA, fascina. Mas, sobretudo, conhecer africanos de diversos países passando por uma situação infinitamente desconfortável por diversos motivos, traz uma reflexão sobre nossa própria vida (Trecho do meu primeiro relatório referente ao mês de outubro de 2017).
A minha experiência alí foi dividida entre: aulas na Universidade de Padova (Sede de Rovigo), aulas de italiano no Centro Linguístico do Ateneo (Pádua) e um estágio na Cooperativa Social Porto Alegre, que faz acolhimento de imigrantes e requerentes de asilo político (Rovigo e San Martino), além de momentos de conversação de português do Brasil com quatro estudantes que viriam ao Brasil nos meses seguintes (Rovigo).
Na Coopertaiva Porto Alegre em Rovigo

Optei por fazer meu estágio formativo na Cooperativa Porto Alegre, pois desde que ainda estava no Brasil, já tinha o desejo de estagiar nesta cooperativa, que me atraiu pelo fato de ser um espaço extremamente carente de um desprendimento no sentido da comunicação necessária para obter êxito nas atividades. Mesmo sem saber como intervir, num lugar de ausências diversas, tomei como um desafio motivador.

Ao observar as atividades que a cooperativa oferecia percebi que são de longe bem elaboradas e executadas, mas acreditei que poderia trabalhar de modo a potencializar o que já existia naquele espaço. Mas não é fácil se inserir numa realidade alheia a sua: foi muito difícil estar no Centro 'Mamma Bambino', pois nenhuma das mulheres estava com o italiano em nível de conversação e o meu nível também não me deixava tão segura, a maioria falava inglês (com um sotaque muito diferente do que já ouvi) e visto que meu nível de inglês era também muito básico e incapaz de dialogar tranquilamente, me vi um tanto quanto ‘travada’ (Fragmento do meu relatório de dezembro de 2017).

Além da efervescência que era a vida de estudante/estagiária, tinha o meu lado turístico que aproveitava cada brecha para conhecer mais da maravilhosa Itália. Passar datas festivas também deu um toque especial à minha jornada de quatro meses. As atividades acadêmicas foram encerradas antes do final do mês pelo fato de ser um período festivo em todo o ocidente, havendo Natal e o Ano Novo. Todavia, foi um tempo carregado de experiências fortes com a conclusão de duas atividades na Universidade, sede em Rovigo e o curso de italiano em Pádua, além da construção do meu projeto de intervenção.

Dezembro me trouxe um sentimento de finalização e ao mesmo tempo uma motivação por estar iniciando as aulas do curso de português e cultura brasileira, ademais estar me preparando para tornar minha presença ativa na cooperativa abrandou a grande saudade que tinha de minha casa (família e amigos). A saudade da família era muita, ainda mais quando tentava explicar o que era a saudade, palavra exclusiva do português, mas a realização de sonhos traz um conforto que me fazia sentir em harmonia com o lugar em que eu estava.

Também fui convidada pela presidente da cooperativa Roberta Lorenzetto para acompanhar algumas atividades de encontro entre adolescentes e hóspedes da cooperativa na Escola Secundária Paleocapa, em que os estudantes tinham a possibilidade de conhecer a situação atual da imigração na Europa ouvindo dos próprios imigrantes, o que segundo os alunos lhes dava uma segurança a respeito das informações, o que ajudaria na quebra de preconceitos em relação aos refugiados.

Minha parte de intervenções dentro da cooperativa seguiu o que havia sido planejado inicialmente: Meu projeto teve como principal objetivo motivar a aprendizagem da língua italiana, algo que é realmente um desafio após experiências traumáticas, além do fato de não conviver com os italianos em sua vida cotidiana. Comecei a contar parte da minha experiência para aprender italiano, pois eles estavam curiosos, porque eu cheguei aqui na Itália há menos tempo que eles (Parte do meu relatório de janeiro de 2018).
Seminário final em Rovigo


Estar num ambiente totalmente diferente do meu é por vezes sufocante, em relação as diferenças, pois são muitas, e como se diz italiano: "fa fatica", ou seja, trazem fadiga ao sujeito para aprender coisas cotidianas e ainda se situar no local específico de estágio. Mas ainda que se faça pouco (menos do que eu queria), em razão do tempo também, creio que quando há esforço para trabalhar de forma relevante, em outras palavras, proveitosa para os indivíduos inseridos naquela realidade.
Aquilo que fica é a energia que foi empenhada naquela situação, digo que o esforço traz uma atmosfera de colaboração e mesmo que naquele instante não seja sentida ou logo depois, existe uma consciência sobre o que foi feito. O foco da atividade deve estar correto, não deveria ser importante e marcante para mim, mas para as pessoas que fazem parte do ambiente; se estou numa escola: o aluno; se estou na cooperativa que faz acolhimento aos imigrantes, estes são o centro.

A experiência que tive me deixou um ser humano melhor, pois além de me deixar mais segura sobre minhas capacidades, no sentido de ter percebido minha coragem de partir e a força para lutar por meus sonhos em terras estrangeiras. Além disso, me tornei muito mais grata com a vida, agradeço a Deus pela oportunidade, família e amigos pelo apoio e em especial aos grandes amigos que deixei na Itália pelo grande carinho que me deram e ajuda durante minha estadia na Itália.

Por todas as fortes sensações nas aventuras que tive do outro lado do mundo, afirmo: valeu a pena! Antes de voltar eu falei que uma parte do meu coração ficaria na Itália, e percebi que não é sobre sua nacionalidade, mas sobre o ser humano que apesar de diferente deve ser respeitado e valorizado. Concluo citando um amigo estrangeiro na Itália: “A nossa pátria é como uma mãe, podemos deixá-la, mas não nos permitimos jamais esquecê-la.” (Raeef Burro).


Allicia Silva Cabral, graduanda em Licenciatura em Pedagogia, Universidade do Estado da Bahia- UNEB, DCH-III, Juazeiro-BA, Brasil.

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